Resenha
No livro “Max e os Felinos" de Moacyr Scliar os felinos representam mais que um simples animal que aterroriza um garoto, causando-lhe medo até na vida adulta. O autor aborda um significado muito mais amplo por trás dos felinos, que no romance representam o nazismo, demonstrando os ditadores, terroristas e assassinos impiedosos. Esta abordagem lúdica dá ao livro “Max e os Felinos" o título de pequeno grande livro, pois em uma breve história, o autor trata um grande e complexo conteúdo representado pelos personagens e pelos felinos figurando a opressão do nazismo.
Fazendo uma ponte entre o nazismo descrito por Moacyr Scliar e a história de Zuleika Angel Jones, mais conhecida com Zuzu Angel, uma mulher que viveu o período da ditadura militar brasileira de 64, podemos destacar pontos em comum entre eles. No romance, Max é um garoto sensível, frágil e medroso, assim como a população na ditadura militar brasileira, aterrorizada e frágil, pois era dominada pela força bruta pelos militares da época que deixavam o povo sem reação, reprimindo a tentativa de qualquer tipo de contradição às suas imposições autoritárias. Da mesma forma que pai do garoto Max, fazia com ele, tratando-o de maneira ditatorial e coercitiva, sem dar espaços para as argumentações do garoto.
No livro, ainda quando criança Max se depara com o primeiro felino que o aterroriza: o tigre empalhado sobre o armário na loja de peles de seu pai. Diante de seu maior medo, o garoto não teve quem o protegesse, assim como aconteceu com Zuzu Angel e todo resto da população brasileira no início da ditadura. O medo era um sentimento presente nos cidadãos da época. Assim como o terror de Max em ficar sozinho com o felino empalhado, Zuzu Angel ficou sem ninguém que a protegesse, pois quem deveria defendê-la, foi a mesma pessoa que a pôs na situação de medo: seu pai.
Na vida adulta Zuzu Angel continua a ser aterrorizada pela ditadura. Stuart