Febre Amarela
A febre amarela só passou a ser conhecida pela humanidade após a descoberta da América. Até então ainda não era conhecida pelos outros povos do globo.
Estudiosos acreditam que a febre amarela, endêmica do continente africano, tenha sido trazida a América em tonéis de água dos navios transportadores de escravos, acabando por disseminar os mosquitos portadores do vírus e consecutivamente causadores da febre amarela. As embarcações originarias do Caribe levaram o vírus para outras ilhas da região e para as nações do atual continente da América Central. O vírus encontrou mosquitos para se reproduzir e a doença instalou-se pela América Central com focos espalhados pelo sul dos Estados Unidos e norte da América do Sul. O homem, assim, disseminava a febre amarela, até então africana.
Pintura retratando navio negreiro realizando o transporte de escravos entre o continente africano e o americano.
Em 1495, durante a segunda expedição de Cristóvão Colombo ao Novo Mundo, foi travada uma batalha entre indígenas e as tropas espanhóis. Aproximadamente dois meses após o confronto, tanto indígenas como espanhóis foram surpreendidos por uma doença que matou inúmeras pessoas. Embora os sintomas descritos tenham sido incompletos, devido à alta taxa de mortalidade pressupõe que tratava-se da febre amarela.
O primeiro a referir-se a febre amarela de forma detalhada foi o jesuíta Raymond Bréton. Ele relatou a epidemia que ocorreu em 1635 entre os imigrantes franceses na ilha de Guadalupe. Segundo Bréton a doença provocava dores lombares, icterícia (“os doentes ficavam mais amarelos do que marmelos”) e vômitos negros, sendo que a morte sobrevinha do terceiro ao quinto dia. Bréton estabeleceu também uma relação entre a derrubada de árvores e a doença, registrando que: “à medida que cortavam os bosques, a terra arrojava seu veneno”. Na Europa, a febre amarela se manifestou antes dos anos 1700, mas foi em somente 1730, na Península Ibérica, que ocorreu a