Fe E Razao
Disciplina: Introdução à Filosofia
Professor: Antônio Alves de Carvalho
Aluno: Eduardo Sousa Guedes
O PENSAMENTO FILOSÓFICO DE AGOSTINHO
RAZÃO E FÉ O objeto da filosofia, segundo afirma Agostinho em sua obra Soliloquia, pode ser condensado em duas palavras: Deus e a alma6. O conhecimento da alma é o conhecimento de si mesmo. O homem, portanto, constitui também o objeto central da filosofia, já que o conhecimento de Deus é o conhecimento do criador do homem, de sua “origem” (origo); através do conhecimento do homem, o filósofo “se torna idôneo para compreender o princípio racional do universo”. São dois objetos estreitamente unidos da indagação filosófica: só se chega a Deus partindo do homem, mas do homem se obtém verdadeira ciência somente quando nele se descortina a imagem de Deus.
Mesmo que Agostinho tenha se dedicado à filosofia todo período de sua maturidade, isto é, desde os diálogos escritos em Cassicíaco no período de 386-387 até sua última obra contra o pelagiano Juliano de Eclano, deixada inacabada no momento de sua morte em 430, ele não elaborou um verdadeiro e próprio sistema filosófico. Enquanto outros na antiguidade clássica, como, por exemplo Platão e Cícero, consagraram obras inteiras ao exame de argumentos filosóficos específicos, Agostinho só o fez muito raramente. Na primeira fase de sua atividade literária, algumas obras abordam temas filosóficos específicos como, por exemplo, o ceticismo e o dogmatismo (Contra Academicos), os problemas relativos à alma (De quantitate animae), o mal, o livre-arbítrio e a presciência divina (De libero arbitrio). Grande parte de seus escritos, mesmo aqueles que têm um profundo embasamento filosófico (como De Trinitate, De Civitate Dei, De Genesis ad litteram) são fundamentalmente respostas a uma série de problemas relacionados a circunstâncias pessoais, teológicas e de política eclesial. A especulação como um fim em si mesmo, indiferente a tais circunstâncias, jamais