Faturamento hospitalar
ASILO PARA IDOSOS: ol g rd f c r j i a a ua a ae eetd.
Jaime Luiz Cunha de Souza*
Introdução
RESUMO
Nunca antes na história da humanidade, os idosos foram afastados de maneira tão asséptica para os bastidores da vida social; seus corpos são tirados de circulação com extrema presteza e seu caminho em direção à sepultura é acompanhado por um número cada vez mais restrito de testemunhas. O traço marcante desse processo é a contradição de uma consciência que proíbe maltratá-los, ao mesmo tempo em que permite sua segregação e confinamento em asilo público. Este texto pretende colocar à mostra o drama de rejeição vivido por aqueles cuja trajetória aponta para o asilo e revelar parte do drama dos que lá se encontram recolhidos. PALAVRAS-CHAVE Asilo, segregação, idoso, violência, individualidade, liberdade, alteridade.
O
presente artigo surge como desdobramento de uma investigação realizada no período 2001/2002, que teve por objeto, os idosos internos no asilo Dom Macedo Costa, localizado em Belém do Pará, o qual, na ocasião, passava por um processo de desativação. Essa incursão, que serviu como pesquisa de campo para minha dissertação de mestrado permitiu perceber que o isolamento dos idosos em instituições asilares é um testemunho das dificuldades que as pessoas têm em identificar-se com eles. A velhice do Outro se torna uma lembrança antecipada da própria velhice e o contato com a pessoa idosa abala as fantasias defensivas que são construídas como muralha contra a idéia de sua própria velhice. Por trás da necessidade obsessiva de acreditar na eterna juventude e rejeitar a face da velhice, encontra-se um certo desejo inconsciente de fugir à inexorabilidade das leis da natureza. É como Édipo 1 que, embora busque escapar de seu destino, corre justamente ao encontro dele. O idoso não consegue escapar do drama que
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Graduado em Filosofia pela Universidade Federal do Amazonas, Mestre em Sociologia pela Universidade Federal do Pará, Professor do