Fatores evolutivos
O texto apresentado pela Dra. Márcia Oliveira de Paula (1999) incorre em diversos erros crassos, facilmente observados por qualquer estudioso da evolução. Como vários outros textos amplamente difundidos pela Internet, não apresenta base alguma que reforce sua opinião, podendo ser considerada, literalmente, como a opinião de uma pessoa pouco informada. A seguir, farei uma série de observações acerca das afirmações da autora, procurando sempre correlacionar minha resposta com bases em estudos e escritos já amplamente divulgados por livros textos de evolução e outras áreas relacionadas. Antes, porém, é bom sempre lembrar que a Seleção Natural atua apenas sobre uma variação pré-existente, sobre uma característica hereditária e que a variação esteja relacionada com valor adaptativo diferencial.
O texto da Dra. Marcia Oliveira de Paula está em itálico, seguido de meus comentários, em fonte normal.
INTRODUÇÃO
De acordo com a teoria da evolução, a vida na terra começou com a evolução da célula, a partir da qual se desenvolveram os organismos mais simples. Estes deram origem aos organismos mais complexos. Todos os novos genes e novas informações surgiram por mutação e recombinação. As mutações ocorrem ao acaso. A maioria delas são deletérias e diminuirão a adaptação dos organismos ao meio ambiente. Novas combinações do material genético são formadas através da recombinação de genes que ocorre na meiose, durante a reprodução sexuada. A seleção natural elimina as mutações deletérias e preserva as combinações disponíveis que estão melhor adaptadas ao ambiente.
Pode-se então perceber que, segundo a teoria da evolução, a mutação e seleção natural constituem-se nos principais fatores evolutivos. Mas será que elas somente seriam capazes de, a partir de organismos unicelulares, originar toda a grande variedade de seres vivos que temos hoje?
Embora o senso comum possa fazer parecer, a maioria das mutações não é deletéria, mas neutra.