Fatima Portilho
Sustentabilidade Ambiental,
Consumo e Cidadania.
São Paulo, Cortez Editora, 2005,
255pp.
Fátima Portilho.
PEDRO JACOBI*
O planeta está chegando num ponto cada vez mais crítico, observando-se que não pode ser mantida a lógica prevalecente de aumento constante do consumo. Já se verificam os seus impactos no plano ecológico global.
Sabemos que se trata de um tema muito complexo, pois as possibilidades de fixar limites são politicamente problemáticas, em qualquer parte do planeta.
Será que estamos numa encruzilhada? O caminho existente é mais do que problemático em termos ecológicos, quase sem saída pelos métodos convencionais. A exploração crescente dos recursos naturais dessa maneira coloca em risco as condições físicas de vida na Terra, na medida em que a economia capitalista exige um nível e tipo de produção e consumo que são ambientalmente insustentáveis.
O que significa, portanto, promover uma política de consumo sustentável que leve em conta três eixos – a realidade dos limites ecológicos da Terra, de um lado, e de outro, que promova justiça social e seja politicamente viável?
Nos últimos anos, houve alguns avanços na forma de pensar e agir. O grande desafio é de influenciar e modificar
* Prof. Titular da Faculdade de Educação e do programa de Pós Graduação em Ciência Ambiental da USP.
o pensamento das pessoas em relação ao consumo. O livro de Fátima Portilho é uma excelente contribuição para o debate de um tema que assume crescente centralidade: os hábitos de consumo, o estilo de vida e os desafios de avançar rumo a uma sociedade sustentável. Ao abordar o tema do consumo e da sustentabilidade, como alternativa a uma lógica convencional, reconhece-se acima de tudo os limites do planeta Terra.
Apresenta de forma sistemática as diferentes reflexões sobre o tema, abordando tanto sob a perspectiva histórica quanto da teoria social, e como campo de luta política e simbólica.
Já no primeiro