Família – fundamento da humanidade
Nos últimos dois séculos o estudo da família tem sido comum a várias disciplinas das ciências sociais sendo que diversos pensadores, tais como Le Play, Durkheim, Marx, Engels e Weber, revelaram que a sua forma, estrutura e conteúdo inscrevem-se num contexto social bem definido, de tal forma que se pode considerar o conceito de família, até certo ponto subjectivo, pois depende de quem o define, do seu contexto social, político e familiar em que está inserido, diverso dada a multiplicidade dos contextos existentes, e por isso também, relativo, pois é produto da nossa história e culturalmente modelado pelas nossas estruturas de pensamento sobre o mundo. A família é uma instituição universal e, apesar de todos nós possuirmos uma ideia de família, ainda assim, encontramos dificuldade em defini-la, de tal forma que é habitual o uso de alguns termos associados a ela, como por exemplo o casamento, os filhos, a casa ou o parentesco.
Etimologicamente, família é um termo que deriva de famulus (escravo) que, primitivamente, designava o agregado de pessoas que viviam sob o mesmo tecto. Algumas definições de família são-nos dadas, por exemplo por Aristóteles, para quem a família compõe-se de quatro elementos: os filhos, a mulher, os bens e os escravos; além, naturalmente, do chefe a que pertence a direcção da família, e esta “tem a incumbência de atender às necessidades primárias permanentes do lar”. Há mais de 2000 anos, Cícero, também, falou da Família como sendo o suporte do Estado. Lévi Strauss, antropólogo francês, afirmou ser a família um grupo social que tem origem no casamento, que é uma união legal com direitos e obrigações económicas, religiosas, sexuais e de outro tipo, está associada a sentimentos como o amor, o afecto, o respeito ou o temor., e nesse