falansterio

Observe-se, por exemplo, esta descrição de um Falanstério: "No centro do palácio ergue-se e domina a torre da ordem. Ali estão reunidos o observatório, o carrilhão, o telégrafo, o relógio, os pombos-correio e o vigia da noite; é ali que flutua ao vento a bandeira da Falange. A torre da ordem é o centro de direção e de movimentos das operações industriais do cantão; ela comanda as manobras com suas bandeiras, sinais, binóculos e porta-vozes, como um general de exército instalado numa alta colina" (CONSIDÉRANT, 1848; cit. in CHOAY, 1979).

o Falanstério e os fundamentos do urbanismo moderno Como a Professora Stella já descreveu, o projeto falansteriano procurava reunir de 1500 a 1600 pessoas de desiguais fortunas, idades, caracteres, conhecimentos teóricos e práticos, em um terreno de uma légua quadrada, ou seja, uma superfície de seis milhões de toes as quadradas. Ainda era necessário encontrar um país como "Lausanne, ou um vale previsto de água corrente e bosque como o que se estende entre Bruxelas e Halle." As descrições desse edifício acompanham uma planta muito semelhante com os traçados das conhecidas vilas operárias construídas, no final do século XIX, no Brasil. Os elementos fundamentais que norteiam a descrição do falanstério são: funcionalidade, utilidade, conforto e beleza. Entretanto, era ainda crucial combinar estes elementos através de formas racionais, regulares, ou circulares e ao mesmo tempo, constituir signos capazes de completar a proposta política de organização da sociedade. Fourier então preconiza, "( ... ) o edifício que habita uma falange não tem nenhuma semelhança com nossas construções da cidade e campo: e para fundar uma grande harmonia de 1600 pessoas, não se poderá fazer uso de nenhum de nossos edifícios, nem uso de um grande palácio como o de Versalhes, nem tão grande monastério como o Escori al."3 A característica marcante do projeto arquitetônico é a minuciosa descrição técnica, racional e funcional de cada compartimento do