Fala e escrita: uma reflexão da produção textual
Athauyara Lopes Valença De Melo
Resumo: O ensino tradicional centraliza suas atenções na modalidade escrita, marcada pela norma culta da língua. A língua falada, a partir do advento da Lingüística, está gradativamente conseguindo o seu lugar no processo de ensino e de aprendizagem. Assim, os traços da fala nos textos escritos dos alunos, principalmente aqueles dos primeiros anos do ensino fundamental, precisam ser encarados como parte de um processo que exige do professor conhecimento e reflexões lingüísticas. Palavras-chaves: Fala. Escrita. Produção textual.
1 Introdução
A oralidade é a forma mais criativa e natural de mantermos a comunicação social, não sendo utilizada apenas como transmissora de informações, idéias, expressões de sentimentos, enfim de toda uma cultura.
Há algum tempo, a oralidade vem sendo questionada quanto à sua ausência no universo escolar e nos instrumentos didáticos pedagógicos utilizados na sala de aula. Mais do que isso, a presença de elementos da língua falada nos textos dos alunos não têm sido considerados como naturais no processo de aquisição da modalidade escrita da língua.
Nessa reflexão, abordar a linguagem oral presente em uma produção textual escrita, a posição tomada pela escola diante das variedades da língua e saber “lidar” com isso na sala de aula é fundamental para o sucesso do ensino e aprendizado da língua portuguesa. Entender as diferenças e semelhanças entre fala e escrita, explicá-las para o aluno, desmistificar o tido como “certo ou errado” entre língua falada e língua escrita seria uma forma inicial de qualificar o ensino de língua portuguesa nas escolas. Escreve Kato (1986): “A escrita e a fala são realizações de uma mesma gramática, mas há variações na forma pela qual as atividades lingüísticas são distribuídas entre as duas modalidades, devido a diferenças temporais, sociais, individuais”.
Este é o ponto de análise deste