Fahrenheit 451 Resenha Crítica
O filme mostra o suprasumo da alienação estatal, de um governo totalitário, apesar de não me parecer tão estranho o sistema alienar os cidadãos com uma programação sensasionalista das mídias, uma metodologia de ensino mecânica e a falta de interesse da população na leitura.
Quando digo que o filme retrata um futuro não tão distante, devo admitir que, infelizmente, acho completamente possível que isso aconteça daqui à alguns séculos. "Os livros deixam as pessoas anti-sociais, trazem maus sentimentos, nada que presta vem de livros, as pessoas que leem se acham melhores que as outras." Frases como essas são repetidas inúmeras vezes nos diálogos dos personagens, e os argumentos são legitimados por um governo fascista. Os leitores são terroristas, ler é um crime contra a pátria, não pode-se esperar menos de uma sociedade onde os jornais são grandes quadrinhos sem diálogos, e venera-se a televisão mais que a própria cultura.
O filme alerta o perigo da falta de informação e não é preciso ir muito longe para achar um exemplo real. No Apartheid, a população branca achava que a "Carta da Liberdade" era uma carta de ódio aos brancos, quando na realidade era uma carta de integração, que pregava a paz entre os negros e os brancos, reconhecendo todos como filhos da África do Sul. Porém, o governo proibiu a leitura e divulgação de documentos políticos do CNA (Congresso Nacional da África), e assim estimulou a segregação racial, prolongando o sofrimento da população negra em conjunto com a guerra civil na África do Sul.
La Boétie diz no prefácio do Discurso sobre a