2.3.4 Extração com fluido supercrítico Os óleos vegetais são tradicionalmente produzidos pela extração com solventes orgânicos (principalmente hexano). A grande limitação do processo é a eliminação do hexano após a extração, e a eventual degradação térmica do óleo. Com isso, diversos autores têm proposto a substituição do processo tradicional pelo processo de extração com fluido supercrítico de óleos de sementes. Isso pode ser explicado pelos triglicerídios serem facilmente solúveis em CO2 supercrítico a 40ºC e em pressões ao redor de 280bar (REVERCHON, 2006). A extração com fluido supercrítico é definida por WILLIAMS (1981) como sendo uma operação unitária, onde são empregados solventes acima de seus pontos críticos para extraírem componentes solúveis de uma mistura. Tem sido amplamente estudada em diversas áreas do conhecimento, tendo como destaque a sua utilização na extração de compostos de fontes naturais. Pode ser definida como a solubilização de determinados compostos de uma matriz sólida ou líquida em um solvente em condições supercríticas. Uma vantagem da extração com fluido supercrítico é a possibilidade de fácil recuperação do solvente supercrítico após o processo de extração, apenas pelo ajuste da pressão e/ou temperatura, podendo o mesmo ser continuamente reciclado. Isto elimina uma das etapas mais dispendiosas dos processos de extração convencionais que é a separação do produto extraído do solvente orgânico. 2.3.4.1 O Fluido supercrítico Um fluido nas condições supercríticas é aquele que se encontra acima de sua temperatura crítica (Tc) e pressão crítica (Pc), apresentando propriedades físico-químicas intermediárias entre o estado líquido e o estado gasoso (KING et al., 1992). A Figura 8 mostra um diagrama de fases exemplificando a Tc e Pc do dióxido de carbono (CO2). A temperatura crítica (Tc) é a temperatura mais alta, na qual o gás pode ser convertido em líquido pelo aumento da pressão. A pressão crítica (Pc) é a pressão mais elevada, na qual o