Exportação Cachaça
Produtores descobrem que divulgando a caipirinha aumentam a exportação de cachaça
O Brasil tem quase 500 anos de alambiques. E há pingas de boa qualidade feitas no país, envelhecidas por até seis anos em barris de carvalho, perfumadas, amareladas, adocicadas. No entanto, as exportações da bebida são tímidas. No mundo inteiro bebem-se a tequila mexicana, a vodca russa, a grappa italiana. O destilado brasileiro ainda não foi descoberto pelos estrangeiros. Agora, os produtores perceberam que, independentemente da maior qualidade de certas cachaças, o que faz sucesso lá fora é a caipirinha. Os alemães, que compram um terço da cachaça exportada pelo Brasil, já deram até um apelido carinhoso para o aperitivo: caip. Para os amantes da purinha, pode parecer pecado, mas é misturando limão, açúcar e gelo naquela aguardente muito especial que a pinga tem chance de virar moda no mundo. O governo e os produtores de cachaça já encomendaram uma pesquisa, a um instituto inglês, acerca da receptividade à bebida na Europa. Também pediram o reconhecimento internacional de que a cachaça é produto brasileiro, e de ninguém mais. E espalharão a receita da caipirinha aos quatro ventos.
Não são providências incomuns. Os franceses têm o champanhe e o conhaque, bebidas desenvolvidas em seu território que foram registradas como marcas internacionais. Podem-se produzir vinhos espumantes e destilados de uva em qualquer parte do mundo, mas os franceses protestam sempre que no rótulo as bebidas são identificadas como champanhe ou conhaque. Mexicanos espalham tequila por bares de todo o planeta, que fazem marguerita, drinque que está na crista da onda. Os brasileiros sempre perderam boas oportunidades de negócio no ramo alcoólico por não esfregar a barriga no balcão internacional com empenho. É aí que entram os fabricantes de cachaça. Eles convenceram a Agência de Promoção de Exportações, ligada ao Sebrae e que trabalha com Ministério das Relações Exteriores, a promover seu