EXPANSÃO MARÍTIMO-COMERCIAL EUROPÉIA
Expansão Marítimo-Comercial Européia.
Com o fim da crise do século XIV, como vimos, a população européia voltou a crescer. O crescimento demográfico, contudo, não foi acompanhado por igual expansão na oferta de gêneros alimentícios, devido à baixa produtividade do trabalho servil nos campos. A reabertura do Mar Mediterrâneo ao livre comércio, promovida pelas Cruzadas, colocou novos produtos no mercado — as especiarias do Oriente. Em 1453, os turcos otomanos conquistaram Constantinopla, um dos principais entrepostos comerciais do Mediterrâneo, e passaram a cobrar taxas mais altas sobre o comércio de especiarias. O resultado disso foi o encarecimento dos preços, aumentando o escoamento de moedas da Europa para o Oriente. Para agravar a situação, as minas européias de metais preciosos começaram a dar sinais de esgotamento, prenunciando escassez de moedas (esse processo havia começado já na crise do século XIV). Algumas monarquias nacionais procuraram encontrar alternativas a essa conjuntura difícil, patrocinando projetos de abertura de novas rotas comerciais. Era a única maneira de evitar a ação dos intermediários — árabes, turcos otomanos e comerciantes da península Itálica — no rico comércio dos produtos orientais. Entretanto, nem todos os Estados europeus estavam preparados para o empreendimento. Era preciso, para levá-lo adiante, que as energias da nação não estivessem absorvidas por disputas internas e que o rei já tivesse subjugado a nobreza feudal. Era preciso também que o monarca detivesse um grau de legitimidade tal que o habilitasse a coordenar todos os grupos sociais da nação interessados na grande aventura e que fosse capaz de atrair os capitais e os conhecimentos necessários para colocá-la em prática.
No decorrer do século XIV, e até quase o final do século XV, só havia um país na Europa em condições de preencher tais requisitos. Esse país era Portugal.
Não é Piada, ora, pois...
Os portugueses saíram na