Existencialismo: A aventura e o drama da existência
O termo existencialismo designa o conjunto de tendências filosóficas que, embora divergentes em vários aspectos, têm na existência humana o ponto de partida e o objeto fundamental de reflexões. Por isso, podemos designá-las mais propriamente como filosofias da existência, no plural.
Mas o que é existir? Se refletirmos sobre o tema, veremos que existir implica a relação do ser humano consigo mesmo, com outros seres, com os objetos culturais e com a natureza. São relações múltiplas, concretas e dinâmicas. E também relações determinadas (aquelas, por exemplo, que resultam de leis da física) e indeterminadas (aquelas que resultam da nossa liberdade ou do acaso, sendo passíveis ou não de acontecer).
Sobre esses temas, os filósofos existencialistas elaboraram diversas interpretações, cujo denominador comum é uma certa visão dramática da condição humana. Eis algumas concepções: o ser humano é entendido como uma realidade imperfeita, aberta e inacabada, que foi "lançada" ao mundo e vive sob riscos e ameaças; a liberdade humana não é plena, mas condicionada às circunstâncias históricas da existência. Nesse sentido, querer não se identifica com poder. Homens e mulheres agem no mundo superando ou não os obstáculos que lhes apresentam; a vida humana não é um caminho seguro em direção ao progresso, ao êxito e ao crescimento. Ao contrário, é marcada por situações de sofrimento, como doença, dor, injustiças, luta pela sobrevivência, fracassos, velhice e morte. Assim, não podemos ignorar o sofrimento humano, a angústia interior, a exploração social. É preciso considerar esses aspectos adversos da vida e encará-los.
É oportuno fazer um recorte sobre a angústia e o nada, no pensamento de Garcia Morente: A angústia é o caráter típico e próprio da vida. A vida é angustiosa. E por que é angustiosa a vida? A angústia da vida tem duas facetas. De um lado, é necessidade de viver, é afã de viver, é anseio de ser, de continuar sendo,