Exemplos de analises musicais
Linguagem Sonora e Musical
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Um texto para ninguém ler
Uma música para ninguém ouvir
A apreciação musical parte em princípio, de uma boa escuta. Isto significa que o ouvinte atento pode perceber os matizes diferentes em cada movimento, forma, estrutura e momentos históricos das composições musicais. Imagine por exemplo, a linguagem escrita e falada: se ouvimos um diálogo ou se até mesmo somos interlocutores nele, perderemos muito do sentido e da mensagem se não estivermos atentos. Na linguagem escrita denominamos, às vezes e genericamente, um texto por fácil, difícil, ou até incompreensível. O texto pode ter palavras invertidas, como as colocações dos verbos, as posições dos sujeitos, os apostos e predicados. Entretanto, não perderá o sentido e pode, na maioria das vezes, conter o mesmo significado. Além da musicalidade natural das palavras, das formações auditivas que elas próprias representam, um texto pode vir em uma outra língua. Veja os exemplos:
“Die Gedanken sint Frei, but the language is a virus.
I pensieri sono liberi, toutefois le langage c’est a virus.
Los pensamientos son liberos mas a linguagem é um virus.”
Friedrich Schiller
Em seis línguas, o significado é o mesmo, a musicalidade é outra e o sentido não muda. Sem uma percepção prévia, sem uma devida atenção, o significado pode fugir e tornar hermético o sentido do texto. O mesmo acontece com a música. Da mesma forma que a palavra escrita ou falada, a música é uma linguagem, adaptada aos momentos históricos. O homem da Idade Média compreendia a linguagem de sua época; o da renascença, idem para seu momento histórico e assim por diante. Durante os séculos, as formações dos núcleos urbanos, o advento da manufatura, da técnica, da tecnologia, os seres humanos procuraram se comunicar, se entreter e criar funcionalidades com seus meios de comunicação.
O que um compositor sabe de música é a sua própria história da música. Seu