etnografia
Fernanda Fonseca Alvarenga
Etnografia
Campos dos Goytacazes / RJ
Maio de 2013
1
Objeto Analisado: Velório e Enterro
O objeto escolhido para se construir a etnografia foi um velório ocorrido no dia vinte e dois de maio de 2014, na capela do cemitério
Campo da Paz, localizada na cidade de Campos dos Goytacazes/RJ. O óbito em questão era avô da esposa do meu tio materno, no qual a família passei a conhecer no dia do velório, sem possuir vinculo com nenhuma pessoa presente.
A duração do velório ocorreu durante aproximadamente 10 horas, das 07 da manhã até às 16 horas quando se ocorreu o enterro do óbito. Entende-se o velório como uma cerimônia fúnebre onde o caixão do falecido é posto em exposição pública permitindo que parentes, amigos e outros interessados possam honrar a memória do falecido antes do sepultamento. O velório tem teoricamente a função de cumprir o sagrado dever de solidariedade, oferecendo conforto à família. Analisando o ambiente do velório percebo que se trata muito mais de um ato de socialização do que de conforto espiritual, ou seja, mais uma presença física em função de costumes e assim ignorando o sentimento e compostura espiritual. Fato este é evidenciado em função do barulho na sala onde se realiza o velório. Barulho este formado por grupos de conversa onde os assuntos são variados, desde fatos do cotidiano, quanto a um resumo da vida do defunto
(muitas vezes tentando desqualificar o mesmo), como também a causa da morte. O velório que em tese está ligado a um sentimento de profunda tristeza, nesta análise se caracterizou como uma reunião social, onde velhos amigos se reencontram, como o ensejo de conversar. Os homens tendem a contar piadas, falar de futebol e mulheres. Já as mulheres tendem a falar sobre as vestimentas, alguma fofoca ou ganho de peso das demais. Fato é que ninguém se dá ao trabalho sequer de reduzir o volume da voz, principalmente ao aproximar-se o horário do