Etiologia do TDA-h
Portanto, temos aqui o exemplo de um discurso médico que “pré-conceitua” e se isenta de uma avaliação crítica por estar ancorado em “verdades” e certezas, as quais, com freqüência, são despidas de evidências empíricas repletas de contradições e frágeis do ponto de vista científico (COLLARES; MOYSÉS, 1992).
Ainda como exemplo dessa fragilidade científica, temos as explicações causais que identificam alguns fatores ambientais que poderiam ser responsáveis pelo surgimento de TDA/H. Nessa perspectiva, temos os estudos que estabelecem a relação causal entre ingestão de chumbo e TDA/H e outros que estabelecem a relação entre aditivos alimentares e TDA/H (HOLMES, 1997).
Sobre a hipótese de intoxicação por chumbo, Rohde e Ketzer (1997) destacam que, até o momento, não existem evidências empíricas que justifiquem a veracidade dessa relação causal. Em relação ao fator ambiental e aos aditivos alimentares − corantes, preservantes, aromatizantes − apontados como causadores de uma reação alérgica que possibilita o aparecimento dos sintomas de TDA/H, os resultados das pesquisas foram, inicialmente, bastante enfatizados pela comunidade científica, conforme assinala Holmes (1997). Contudo, segundo este autor, embora não se possa ignorar essa explicação, estudos com maior controle demonstram que esta premissa não pode ser supervalorizada. Em suma, também não temos, até o momento, evidências empíricas que justifiquem a validação desta hipótese.
Uma outra vertente das explicações etiológicas se