ETINOCENTRISMO
Etnocentrismo é um preconceito que uma sociedade ou cultura produz no mesmo tempo em que se procura introduzir em seus membros normas e valores próprios. Se para o indivíduo se sua maneira de proceder é a certa então as outras estão erradas, ou seja, o etnocentrismo julga as outras as outras culturas, povos e pessoas pelos padrões da própria sociedade. O preconceito etnocentrista nunca é inocente, como certos antropólogos deixam entender. É prejudicial, por trazer uma alta periculosidade: a negação do “Outro”.
Mas a rejeição do Outro, combinada com a dominação, assume também outra forma: não tirar a vida do Outro, mas apenas a diferença, ou seja, arrancar pela raiz a diferença que o constitui como Outro, reduzindo-o à imagem e semelhança do Mesmo. Os colonizadores europeus, menos tolerantes que os impérios romanos e mulçumanos, tenderam a homogeneizar as populações que dominavam. No mundo ibérico, os judeus foram obrigados a tornar-se “cristãos novos” para salvarem a vida ou o patrimônio.
Não podemos esquecer que há uma forma mais útil e oportunista de lindar com o Outro: manter sua cultura ou diferença, entretanto utilizá-la como pretexto para julgá-lo e oprimir. A diferença torna-se título que legitima a dominação e exploração, já que demonstra uma degradação de condição humana.
Houve e há várias ideologias etnocentristas conforme abaixo:
a) Na época dos descobrimentos se exaltava a supremacia da cristandade e sua missão de espalhar a fé e o império. Os missionários iam como os conquistadores, para arrancar cultos e costumes que para eles eram monstruosos e contrários a religião dos missionários, acreditavam que eram pagãos e estariam sob o poder de Satanás, do qual tinham de ser libertados a todo custo, inclusive pela escravidão.
b) Depois veio a Época das Luzes, o que agora desqualifica o Outro não é seu caráter de selvagem e incrédulo, mas seu atraso em relação à civilização ocidental que se proclamou a suprema. Massacres