etica e nicomaco
CAPITULO I
A respeito das disposições do caráter humano, existem três formas que devem ser evitadas. São elas a perversão, a falta de autodomínio e a bestialidade. As disposições contrarias as duas primeiras são evidentes, a uma chamamos excelência e a outra autodomínio. A respeito da disposição contraria a bestialidade é mais apropriado se falar de uma forma de excelência que transcende o Humano, onde há certo caráter heroico e divino. Os espartanos costumavam dizer isso de alguém por quem sentiam uma forte afeição, uma vez que é muito raro ver um homem transcender. Também é raro um humano que tenha uma disposição bestial, mas quando tem, encontram-se sobretudo entre os bárbaros, embora também se gerem formas bestiais por doença ou defeituosidade, e já aqueles que são excessivamente perversos, chamamos de animais.
CAPITULO II
Para Sócrates ninguém age contra a noção do correto, quando faz isso, o faz por ignorância. Por isso quem perde o domínio de si e sucumbe aos prazeres não possui conhecimento do que é certo, mas sim uma mera opinião, e esta por não ser verdadeira, não será suficientemente poderosa para dar a pessoa resistência.
Se quem tem domínio de si, se confronta com desejos lascivos e vergonhosos, o temperado não poderá ter domínio de si, mas quem é temperado não tem que se confrontar tais desejos. Tais desejos tem que nascer em quem tem domínio de si, porque se nele só nascem desejos bons, a disposição que impede de segui-los é insignificante.
O fato de que se o autodomínio nos faz permanecer fiéis a toda e qualquer opinião, é ruim, pois se insistimos em uma opinião falsa, a perda de autodomínio nessa ocasião pode ser boa. Quem age por cálculo em vista do prazer pode ser mais facilmente corrigido do que aquele que age por falta de domínio, pois pode ser convencido a alterar sua convicção.
CAPITULO III
Os humanos podem ter conhecimento de um modo diferente, trata-se de ter e não ter simultaneamente. Como exemplo, os