Etanol e psicologia
A boca de um homem perfeitamente contente está repleta de cerveja.
(Provérbio egípcio de 2.200 a.C)
Rápido, me traga uma taça de vinho para eu poder molhar a minha mente e dizer algo inteligente.
(Aristófanes, poeta cômico grego, 450-385 a.C)
Como se pode verificar a partir das afirmativas acima, o consumo de álcool tem permeado a história da humanidade, persistido por milhares de anos. Estudos antropológicos mostram que inúmeros relatos da mitologia grega referem-se ao álcool etílico ou etanol como uma substância divina. Na Idade Média, ao ser introduzido o processo de destilação pelos árabes, os alquimistas passaram a acreditar que o etanol era o tão procurado elixir da vida, sendo utilizado como remédio para praticamente todas as doenças. Atualmente, reconhece-se que o valor terapêutico do etanol é extremamente limitado, e que o consumo crônico deste em quantidades excessivas representa um grave problema clínico e social. O álcool é a substância depressora mais consumida no mundo. A sua ingestão moderada, além das graves conseqüências que acarreta para a saúde, está na base de inúmeros problemas. Neste contexto, este trabalho tem como objetivo, analisar e descrever bibliograficamente as características do etanol, ou seja, a farmacocinética, o mecanismo de ação, os efeitos farmacológicos, a intoxicação aguda e crônica, a tolerância e dependência à substância.
FARMACOCINÉTICA
De acordo com GARRIOT (2003) apud MODELLI (2006), quimicamente, o álcool é substância orgânica contendo o grupo hidroxila ligado ao átomo de carbono. Mais de 45 tipos diferentes de álcool foram encontrados. É uma droga psicoativa, depressora do sistema nervoso central, desinibidora e euforizante cuja principal ação se dá no cérebro. Segundo o autor, os efeitos centrais do etanol estão diretamente relacionados aos níveis plasmáticos após o consumo da droga. Existem três aspectos básicos que determinam a