Estágios da fé segundo James Fowler
No pré-estágio denominado fé indiferenciada, as sementes de confiança, coragem, esperança e amor fundem-se de forma indiferenciada e entram em conflito com ameaças de abandono sentidas pelo bebê, inconsistências e privações no ambiente da criança. Embora seja realmente um pré-estágio e, em grande parte, inacessível à pesquisa empírica do tipo por nós realizado, a qualidade de mutualidade e a força da confiança, autonomia, esperança e coragem (ou seus opostos) desenvolvidas nesta fase estão subjacentes (ou ameaçam solapar) tudo o que virá mais tarde no desenvolvimento da fé. A força de fé que surge neste estágio é o fundo de confiança básica e a experiência relacional de mutualidade com a(s) pessoa(s) que dispensa(m) os cuidados e o amor primário. O perigo ou deficiência neste estágio é uma falha de mutualidade em qualquer das duas direções. Ou pode surgir um narcisismo excessivo, no qual a experiência de ser “central” continua a dominar e distorcer a mutualidade, ou experiências de negligência ou inconsistências podem encerrar o bebê em padrões de isolamento e mutualidade falha. A transição ao estágio 1 começa com a convergência do pensamento e da linguagem, abrindo o caminho para o uso de símbolos na fala e nos jogos rituais. Estágio 1: Fé intuitivo-projetiva (3/4 a 7/8 anos) A fé intuitivo-projetiva do estágio 1 é a fase fantasiosa e imitativa na qual a criança pode ser influenciada de modo poderoso e permanente por exemplos, temperamentos, ações e histórias da fé visível dos adultos com os quais ela mantém relacionamentos primários. O estágio, mais típico das crianças de três aos sete anos, caracteriza-se por uma relativa fluidez do pensamento. A criança defronta-se continuamente com novidades para as quais não se formaram ainda operações estáveis de conhecimento. Os processos imaginativos subjacentes à fantasia não são restringidos nem inibidos pelo pensamento