Estudos
A retomada da trajetória de crescimento econômico no Brasil no final dos anos 1960 foi favorecida pelo cenário de elevada liquidez internacional e a existência de elevada capacidade ociosa na economia. Os saldos da balança comercial, nesse momento de aceleração do crescimento econômico, evoluíram negativamente, sendo que a continuidade do processo de endividamento da economia possibilitou a sustentação do ritmo elevado de crescimento. Dessa forma, a entrada de capital estrangeiro relaxaria a 4ªlei de Kaldor (Thirlwall & Hussain, 1982).
Essa fase compreendeu a implementação do I e do II Plano Nacional de Desenvolvimento (PND), de 1968-73 e 1974-79 respectivamente, que permitiram avançar o processo de diversificação da estrutura industrial brasileira. Esses planos faziam parte de uma política econômica voltada para o desenvolvimento econômico, e a opção pelo aprofundamento do processo de industrialização expandiu a taxa de crescimento do produto acima da taxa média histórica (5% a.a.). Como consequência dessa opção de política de desenvolvimento houve mudança na pauta de exportação com crescente participação de bens manufaturados. Embora a análise sugira que a primeira e segunda lei foram verificadas nesse período, haja vista o crescimento da produtividade industrial, do produto industrial e nacional, a terceira lei não se verificou em intensidade suficiente para explicar o crescimento do produto.7 Assim, embora as exportações tivessem crescido e contribuído para o crescimento do PIB (taxa média anual de 8,2% a.a.), não relaxou a restrição externa ao ritmo de crescimento brasileiro neste período. A restrição, como já mencionado, foi relaxada pelo fluxo de capital. No entanto, o aprofundamento do processo de industrialização aumentou a participação das exportações no produto interno bruto nas décadas seguintes.8
Com o primeiro choque do petróleo em 1973, e as mudanças de rumo na economia