Estudos de relações raciais no Brasil
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Guimarães (1999) destaca que as primeiras compreensões de raça estavam relacionadas às características físicas das populações nativas dos vários continentes. Os estudiosos atribuíam qualidades morais, intelectuais e psicológicas de acordo com os atributos físicos das populações. De acordo com esse autor, estas teorias racistas sustentaram aspirações imperialistas e geraram grandes tragédias o que levou os cientistas a negarem este conceito de raça. Houve uma substituição do termo raça por "etnia" (Ibidem). Conforme declara Telles (2003) a respeito das teorias racistas do século XIX surgidas na Europa e amplamente assimiladas e divulgadas no Brasil, a idéia de raça é conceitual e não um fato biológico. Embora as teorias de superioridade da raça branca, que ganharam um status científico no século XIX, tenham sido desacreditadas, elas continuam firmemente enraizadas no pensamento social (Ibidem). Para Pessoa (1996), o conceito de raça é comparativo, e para se reconhecer uma raça é necessário estabelecer um contraste com outra semelhante ou diferente. A esse respeito o autor traz sua compreensão com base no conceito de raciação, conforme podemos ver a seguir:
Como a raciação é um processo longo e contínuo que vai produzindo raças dentro de raças, o grau de diferença entre as raças varia. Comparada com a população alpina, a população nórdica é uma raça menor (não muito distinta), mas, em relação aos pigmeus africanos, é uma raça maior (muito diferente). (Ibidem, p. 30). O autor traz em seu texto além de noções de miscigenação e de raças modernas, um perfil da doutrina racista e alguns dos postulados do racismo(4), dentre os quais ressaltamos os seguintes:
- As raças puras são superiores umas às outras e todas são superiores às miscigenadas.
- Para o bem da humanidade, as raças superiores devem dominar as inferiores e usá-las para funções subalternas (Ibidem). Ainda de acordo com Pessoa (1996, p. 30), abolir a palavra raça em virtude do racismo e de suas