Estudos de Caso
Disciplina: Seminário de Pesquisa
Jaime da Silva
ESTUDO DE CASO
De acordo com Alves-Mazzotti (2006), é frequente depararmos com a afirmação de que os estudos de caso são um tipo de pesquisa mais fácil, pelo fato de lidar com uma ou poucas unidades. Observa-se que muitas pesquisas assim classificadas por seus autores, desconsideram o fato de que o conhecimento científico desenvolve-se por meio do processo de construção coletiva e dessa forma não situam seus estudos nas discussões acadêmicas mais amplas, reduzindo-os a um recorte e impossibilitando a aplicação de suas conclusões a outros contextos, restringindo o avanço do conhecimento científico e a construção de teorias. Nesta visão equivocada sobre a natureza desse tipo de pesquisa, seus autores a chamam de “estudo de caso” simplesmente por serem desenvolvidos em apenas uma ou por incluírem um número muito reduzido de sujeitos.
Normalmente utilizam como instrumento um questionário ou entrevistas sem explicitar o porquê da escolha do local ou dos sujeitos, não caracterizando um interesse pontual. Assim têm como consequência a interpretação de dados se torna superficial, sem recurso ao contexto e à história.
A conotação simplista dada aos estudos de caso, resulta em estudos que só têm interesse para os que dele participaram, ficando à margem do debate acadêmico, focalizando apenas a unidade ou enfatizando o interesse intrínseco pela singularidade do “caso”. Nessa perspectiva os pesquisadores apresentam-no desconectado das discussões correntes na área, sem se preocuparem com o processo de construção coletiva do conhecimento, minimizando as possibilidades de generalização ou de aplicabilidade em outros contextos de conhecimento produzido por esse tipo de pesquisa.
Para melhor compreender o verdadeiro teor dos estudos de caso, Mazzotti (op.cit.) confronta a posição de dois autores, considerados referência obrigatória no que se refere aos estudos de caso: Robert Yin e Robert Stake.