estudo de caso
J.F.S, 58 anos, sexo masculino, cor parda, ensino fundamental incompleto, pedreiro autônomo, não possui religião, natural de Irecê BA. É casado, dois filhos, mora com a esposa, filhos e nora, em casa própria de alvenaria, com sete cômodos, provida de saneamento básico e luz elétrica. Portador de hipertensão arterial há quinze anos e cirrose hepática há cinco meses. Em uso domiciliar de captopril 25mg 2x/dia e aldactone 25mg/dia. Relata não estar usando a medicação há alguns dias. Deu entrada na unidade de emergência de um hospital público de Brasília, em setembro de 2005, apresentando quadro clínico de icterícia e prurido generalizados, distensão e desconforto abdominais, dispnéia, anorexia, náusea, edema em membros inferiores, sinais estes que tiveram início há cerca de cinqüenta dias e, desde então, têm progredido. Passado de internação hospitalar por hipertensão, intoxicação alcoólica e cirrose hepática (há cinco meses). Pai falecido de insuficiência cardíaca. Não fuma há dez anos, relata ter sido tabagista por 20 anos, com uso diário de 20 cigarros; etilista há 44 anos, refere ingestão de cerca de um litro/dia de "conhaque e 51" durante os quatorze dias anteriores à hospitalização. Faz 2 refeições ao dia (almoço e jantar), baixa ingestão de legumes e frutas; não se alimenta em alguns dias devido à ingestão excessiva de álcool; ingere entre 2-2,5 litros de líquidos. Refere alteração no ritmo circadiano há cinqüenta dias, dorme muito durante o dia e pouco durante a noite. Verbaliza ansiedade e insistência em receber alta hospitalar. Demonstra ciência de que seu estado é complicado, porém manifesta pouco interesse em adotar medidas para controlar a progressão da doença. Não consegue verbalizar, mesmo que de forma simples, conhecimentos sobre sua patologia. Não possui grandes expectativas de vida. Ao exame físico: consciente e orientado, com períodos de alucinações, comunicativo e cooperativo. Deambulando pouco e com auxílio, marcha