Estudo de Caso
IMPLICAÇÕES COM O TRABALHO
A CASE OF PARANOID SCHIZOPHRENIA WITH POSSIBLE RELATIONS TO WORK
Mauro Nogueira Cardoso*
Rafael Alvarenga Cosenza*
Ricardo Argemiro Franco*
Ada Ávila Assunção**
Resumo
Trata-se de um caso de esquizofrenia paranóide, no qual se suspeitou de possíveis relações com o trabalho, pois, durante a investigação e tratamento do caso, a paciente expressava de maneira não negligenciável os componentes do trabalho. A paciente foi encaminhada para esclarecimento diagnóstico ao Ambulatório de
Doenças Profissionais, onde se levantou a história da paciente e se procurou identificar elementos que pudessem esclarecer o peso de suas atividades laborais na evolução dos sintomas. Os trabalhos do psiquiatra francês Le Guillant permitiram a elaboração de uma metodologia para estabelecer possíveis associações e esclarecer sobre o peso das organizações patogênicas do trabalho no desencadeamento de quadros psiquiátricos. Os autores atentam para a necessidade de mais estudos aprofundados sobre a problemática do adoecimento mental relacionado ao trabalho.
Palavras-Chave: Esquizofrenia Paranóide; Saúde Ocupacional;
Trabalho.
Introdução
A Esquizofrenia é definida, de acordo com o DSM-IV1, como um quadro que dura por pelo menos seis meses e que inclui, ao menos durante um mês, dois ou mais dos seguintes sintomas: (1) delírios, (2) alucinações, (3) discurso desorganizado,
(4) comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico,
(5) sintomas negativos, que incluem embotamento afetivo, alogia ou avolição. O subtipo paranóide é aquele no qual os seguintes critérios são encontrados: (a) preocupação com um ou mais de um delírio ou alucinações auditivas freqüentes, e (b) nenhum dos seguintes sintomas são proeminentes: discurso desorganizado, comportamento desorganizado ou catatônico, ou afeto embotado ou inapropriado.
O objetivo deste trabalho consiste em definir e