TAO TE CHING - Com Comentários de Wu-ming
A Gênese do Clássico
O Lao-tse (Livro de Lao) ou Tao-Te-Ching (Clássico do Caminho e do Poder), como passou a ser chamado a partir de Huang-fu Mi (215-282 d.C.), é um opúsculo de pouco mais de 5000 ideogramas que contribuiu decisivamente na formação das doutrinas Taoísta, Confucionista e Budista Ch’an, os três principais sistemas filosóficos e religiosos da China..
Foi profunda e radical a influencia desse pequeno tratado na formação da idiossincrasia do povo chinês. No Ocidente, a partir do século XIX, o Tao-Te-Ching também passou a despertar um enorme interesse por parte dos estudiosos das religiões orientais em geral e dos sinólogos em particular, tornando-se o segundo livro mais traduzido depois da Bíblia.
Escrito em torno do século III a.C., o livro é composto por 81 pequenos capítulos (p’ien) sem nenhuma ligação aparente entre eles, numa linguagem muitas vezes hermética, e cujo tema principal são os passos para alcançar o Caminho (Tao) e o Poder (Te). Não há certeza de que o Tao-Te-Ching tenha sido escrito realmente por Lao-Tse, um personagem lendário do qual não se tem certeza histórica, e pode ter sido a obra de vários autores em épocas sucessivas. No texto podem ser encontrados aforismos de pelo menos dez diferentes escolas filosóficas da época, além de um capítulo que guarda uma grande semelhança com uma parábola contada por Buda.
É tão hermético que não há consenso nem sobre do que se trata, pois já foi catalogado, entre outras coisas, como um manual de estratégia militar, um programa de governo, um livro sagrado, um tratado de filosofia e um método para alcançar a imortalidade.
De tudo o que foi comentado sobre o Tao-Te-Ching nesses pouco mais de dois milênios, apenas uma certeza: é um dos três ou quatro livros mais importantes da humanidade, cujo texto enigmático foi, é e continuará sendo uma fonte de inspiração inesgotável, tal como o próprio Tao.
Esta versão com comentários, mais