Estudo de Caso: Volkswagen do Brasil – Fábrica de Resende
Em 1993, o presidente da Volkswagen do Brasil e da Autolatina, um consórcio com a Ford no Brasil, que seria desfeito pouco tempo depois, fez uma análise do cenário competitivo e dos desafios que as duas empresas enfrentavam:
- Quais são, para os produtores mundiais, os grandes desafios? O principal desafio é a qualidade, vindo em seguida o da produtividade e do custo. Em geral, quando é bom o nível de qualidade, é igualmente bom o da produtividade.
A questão da qualidade corresponde ao nível de satisfação dos clientes. As empresas que oferecem o maior nível de satisfação são: Nissan, Honda e os japoneses em geral. Em seguida, estão a Toyota, Audi e Renault. Em patamar inferior, Ford General Motors europeia. Ford, General Motors e os japoneses melhoraram seus níveis. A Volkswagen, no entanto, piorou. A qualidade é, portanto, o desafio fundamental da indústria como um todo e, em particular, da brasileira. O desafio do custo e da produtividade, é também, relevante. Em termos de veículo produzido por funcionários, por ano, a Toyota apresentou elevado nível, com mais de 40 carros por trabalhador/ano. A Ford atingiu pouco mais de 20, a Mazda pouco menos de 20 e a Volkswagen perto de 15 veículos. A Autolatina encontra-se hoje (1993), no nível de 12 carros por trabalhador/ano. Há três anos, eram 8. Este é o desafio da produtividade. Porém, a produtividade também é custo. Utilizando como referência os construtores japoneses, e atribuindo-lhes o nível 100, foi calculado os custos dos principais produtores mundiais. Os resultados foram os seguintes: Nissan Europa: 115, Renault e Peugeot: 120, Fiat: 125, Volvo: 130, General Motors e Ford: 135, Volkswagen: 140, BMW e Mercedes Benz: 150. Na Europa, os franceses apresentam os melhores índices entre os construtores europeus. Os alemães não atingem os melhores níveis. Os americanos produzidos na Europa estão entre os dois.
No início de 1993, Ferdinand Piëch, neto de