Estudante
Universidade Estácio de Sá
Disciplina: Oficina Literária
Curso: Letras
Semestre: 2013.1
FILHO, Domício Proença. A Linguagem Literária. 8 ed. São Paulo: Ática, 2007. Capítulo 4.
* Toda criação artística exige um suporte material: tinta e tela para pintura; o mármore, a pedra, a madeira e o metal para a escultura, entre outros. Todos produtos naturais. A literatura tem como suporte uma língua, um produto cultural. * A língua restringe-se à simples representação de fatos. A literatura se configura, tradicionalmente, quando, ao tratar desses fatos, dimensiona-lhe elementos universais. * Se a linguagem verbal caracteriza uma “desrealização” da realidade ao transformá-la em signos-símbolos, a mímese poética leva-a ainda mais longe, quando, a partir do fingimento do particular, atinge espaços de universalidade. * Discurso a serviço da criação artística reveladora no texto literário. * Revelação entende-se como configuração “mimética” do real. * Mímese: um dos mais importantes conceitos ligados à arte literária: * Não é ponto pacífico. Tem sido objeto da preocupação de inúmeros estudiosos. * Caracterizada na Grécia antiga e discutida por Platão e Aristóteles. * Entendida como “imitação”, levou, nesse sentido, várias interpretações. * Para os pitagóricos, expressão ou representação de estados de alma e seu produto teria função terapêutica via liberação das próprias emoções de criadores e consumidores. * Para Platão, simulacro da realidade, que, por si, era já imitação do mundo ideal: “imagem de imagem”, “fantasma” de ideias eternas. * Para Aristóteles, imitação das “essências”; imitar não é duplicar o referente, implica conhecimento da natureza profunda do seu humano e do mundo. O produto artístico conduz ao efeito de “purgação” liberadora (catarse). * Inicialmente mal descodificado com o sentido de “fotografia” ou “espelho” da realidade; domina, não sem alguma controvérsia, a