Estudante
Dizem que Marketing são 4Ps: Produto, Preço, Promoção e Ponto (ou canal) de venda.
Isso pode ter sido verdade um dia mas, hoje, marketing, cada vez mais, se escreve só com o P de percepção. Peter Drucker disse uma vez:
"— Marketing e inovação são as únicas funções básicas em business. Marketing e inovação produzem resultados, todo o resto são custos".
A matéria-prima do marketing é a mente. Quer fazer marketing? Esqueça o "produto" e comece pela mente humana. Lições instigantes seguem-se daí, e a mais intrigante delas é sobre o conceito de marca: — a boa marca não é aquela que você escolhe; é ela, a marca, que escolhe você.
Marketing é o que se tem de fazer para que algo seja comprado.
Esse "algo" pode ser um produto, uma ideia, um político... qualquer coisa. Pode ser até você mesmo.
Em Exame de 24.02.1999, Peter Drucker diz:
"— O marketing ensina que são necessários esforços organizados para levar uma compreensão do ambiente externo — da sociedade, da economia e do cliente — para o interior da organização..."
Tudo bem. Trata-se de uma definição acadêmica. Os cursos de marketing sempre começam com esse tipo de papo; ninguém discorda. O mais problemático (e até perigoso) vem a seguir.
Por que perigoso? É que da maneira como a coisa está colocada, dá a impressão de que: ou o cliente sabe o que quer comprar, ou de que há algum meio de se descobrir isso a priori. Não sei se o leitor concorda, mas se é isso mesmo o que Drucker quer dizer, hummm... não sei não.
O cliente, em todos os casos que interessam na prática, não tem a menor idéia do que quer comprar. Se for perguntado, não sai da lengalenga habitual: — "Quero o melhor produto do mundo pelo menor preço". Isto é: primeira classe a preço de classe econômica.
Desejos e necessidades do cliente? Não, o cliente induzido a escolher de acordo com a minha necessidade. Chame de manipulação se quiser, eu prefiro chamar de persuasão. É preciso talento para fazer o