Estudante
Todo mundo carrega, no corpo ou na alma, alguma marca da influência negra, na música, no andar, nas lembranças com a ama-de-leite, no primeiro amor físico e sensações. Gilberto inicia o capítulo enfatizando a importância da ama-de-leite e o ato de amamentar a criança branca e seus efeitos psicológicos. Esse vínculo causava aproximação e predileção; um exclusivismo mais tarde evidenciado na relação homem – mulher dentro do casamento, como o exemplo do rapaz que conseguia se excitar apenas com o cheiro do “trapo” da sua mucama, antes sua ama-de-leite na infância.
Geograficamente, o litoral agrário foi a região de maior influência africana. E o negro trazendo uma cultura superior à cultura do índio, aquele sendo indivíduo legítimo da escravidão, foi capaz de desenvolver o trabalho agrícola obrigado pelo regime de escravidão. Ao se falar de sociedades primitivas (ex. sudaneses) concordaram melhor para a formação econômica e social do Brasil. Têm predisposição biológica e psíquica para a vida nos trópicos. Os negros têm gosto pelo sol; já os índios reverenciam os dias de chuva (Tupã). Segundo relato de Bates, o negro é adaptável, extrovertido, alegre, vivo. Lembra-se a expressão: “Todo dia é de festa em Salvador”. O índio, introvertido, reservado e desconfiado. Estes foram incapazes para o trabalho agrícola regular, pois eram nômades. Os índios são cerimoniais; os negros, corteses. No Brasil central, os negros fugitivos e índios formaram quilombos