Estudante
Graça Aranha
Posteriormente ele assumiu os cargos de Juiz de Direito no Rio de Janeiro, ocupando depois a mesma função na cidade de Porto do Cachoeiro, no Espírito Santo, seguindo mais tarde a carreira diplomática. Neste município ele colheu os elementos necessários para criar sua obra-prima Canaã, um raro exemplar da literatura simbolista brasileira, lançado em 1902, alcançando grande sucesso na época.
Ele foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, tornando-se titular da cadeira número 38 mesmo sem ter ainda produzido nenhuma obra, pois revelara a Machado de Assis e Joaquim Nabuco alguns trechos de seu primeiro livro, Canaã. Nela ele narra como se desenrola a existência em uma colônia de imigrantes europeus no Espírito Santo. Os protagonistas, Milkau e Lentz, representam duas visões opostas sobre a nova terra em que se encontram.
Milkau acredita que alcançou a ‘terra prometida’, ou melhor, Canaã, o paraíso oferecido por Deus ao patriarca Abraão, história presente no Antigo Testamento. Já Lentz crê na superioridade da raça ariana, alimentando um racismo e um preconceito inconcebíveis, não conseguindo se adaptar ao novo contexto. Para este personagem, os mestiços que habitam o país são preguiçosos e ociosos.
Detentor de grande prestígio nos meios intelectuais, de uma seriedade ímpar, respaldada por sua atuação na criação da Academia Brasileira de Letras, que tentava conferir à literatura a unicidade então julgada necessária, não se estranha sua adesão ao Modernismo ter causado tanto impacto naquela época. De