Estudante
Universidade do Minho e Universidade de Coimbra
Susana Silva
Instituto de Saúde Pública (ISPUP) e Universidade do Porto
Susana Costa
Universidade de Coimbra
Diana Miranda
Universidade do Minho
Biogenética e género na construção da intencionalidade da paternidade: o teste de DNA nas investigações judiciais de paternidade Resumo:
Resumo Este artigo aborda as modalidades de intencionalidade da paternidade construídas por mulheres e homens que realizaram testes de DNA ordenados por tribunais, em Portugal, para apuramento da paternidade biológica de crianças sem ‘pai oficial’. Partindo de uma perspectiva feminista, analisa-se o impacto das ideologias de género na mediação da intenção de desempenhar o papel de pai, na negociação de relações de parentesco e nos processos sociais e morais de classificação e hierarquização dos indivíduos. Conclui-se que a incorporação do conhecimento do resultado do teste de DNA nas práticas quotidianas de homens e mulheres constitui uma co-produção complexa entre as relações sociais de género, a cultura, a tecnologia e o sistema jurídico.
Palavras-chave:
Palavras-chave paternidade; intencionalidade; DNA; género; moralização.
Copyright © 2011 by Revista
Estudos Feministas.
Introdução
Este texto resulta de um projecto de investigação que envolve uma equipa de sociólogas e geneticistas com o
Estudos Feministas, Florianópolis, 19(3): 392, setembro-dezembro/2011
823
HELENA MACHADO, SUSANA SILVA, SUSANA COSTA E DIANA MIRANDA
Este trabalho resulta do projecto
“Mães e pais depois da ‘verdade biológica’? Género, desigualdades e papéis parentais”, FCOMP-010124-FEDER-008483, coordenado pela primeira autora, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (Ministério da Ciência,
Tecnologia e Ensino Superior,
Portugal) e sediado no Centro de
Estudos Sociais da Universidade de
Coimbra. Uma primeira versão deste texto foi apresentada no VIII
Congresso Iberoamericano