livro
No livro, o autor afirma que a escravidão deve ser extinta sem prejuízo para os proprietários de terra. Num tom conservador, defende a tese de que a escravidão cria vítimas oprimidas socialmente. No entanto, o ideal abolicionista de Macedo é pervertido – o romance quer convencer os leitores de que é preciso libertar os negros porque muitos, com arrego nas casas-grandes, facilitam a corrupção física e moral das famílias brancas. Ou seja, não há de se esperar um ideal humanitário no livro.
A obra é dividida em três narrativas. A primeira, intitulada Simeão, o crioulo, conta a história de Simeão, um crioulo que perdera a mãe, ama-de-leite da sinhazinha, aos dois anos de idade e fora criado pelos patrões. Cresceu na condição de filho adotivo, com lugar à mesa e quarto comum até os 8 anos. Depois dessa idade foi privado da mesa e do quarto comum, mas ainda tinha algumas regalias e foi criado sem hábito de trabalho, embora fosse tratado como escravo.
Simeão acreditava que conquistaria a liberdade quando o patrão morresse – o que não aconteceu. Antes de morrer, o patrão escreveu em seu testamento que Simeão conseguiria a alforria apenas quando a esposa morresse, o que alimentou sua raiva sobre os patrões. O escravo, então, com a ajuda de um comparsa, assassina toda a família e rouba suas jóias – a cena é descrita com incrível crueldade, notadamente pelo fato de os proprietários de Simeão se considerarem protetores bem-intencionados do escravo, tendo decidido, inclusive, no dia anterior, que lhe dariam a alforria.
O autor vai