Estudante

Ensaio a respeito das migrações
Migrações e conceitos
As definições de migrações variam muito, mas ao longo da história, ela foi vista principalmente como a expressão da mobilidade do ecúmeno, como uma área de extensão do homem, através do espaço terrestre e seus limites, culminando com a idéia de ocupação do espaço pelo homem, ou seja, sua fixação e estabilidade. Essa seria uma visão eurocêntrica do sentido da migração. Em função da nova cognicidade do planeta, fica difícil de falar de ecúmeno e anecúmeno. Mackinder defende em sua teoria que, todas as partes do globo estão sob soberania estatal, ou seja, um mundo fechado. Dessa forma, não podemos mais definir as migrações sob essa visão de ocupação terrestre.
No cenário da globalização, as recentes tendências de movimentos migratórios internacionais vêm demandando a reavaliação de paradigmas para serem melhores conhecidas e entendidas. Para tanto se tornam imprescindíveis a incorporação de novas dimensões explicativas e uma revisão da própria definição do fenômeno. Parte significativa desse arsenal de contribuições importantes volta-se à reflexão sobre as enormes transformações econômicas, sociais, políticas, demográficas e culturais que se processam em âmbito internacional. Como eixo de reflexão, situam-se as mudanças advindas do processo de reestruturação produtiva – o que implica novas modalidades de mobilidade do capital e da população em diferentes partes do mundo.
Existe uma relação intrínseca entre a mobilidade e o habitar, por exemplo. A permanência do habitat é a expressão concreta do arraigamento dos homens. A permanência corresponde a uma espécie de cristalização do complexo geográfico. Segundo Pierre George, existe um caráter “estrutural” da decisão individual de migrar, as lógicas que guiam as migrações são coletivas, o caráter individual não é determinante; existem “Quadros institucionais”, ou seja, acontecimentos que lhes impõem restrições, o incitam a partir, ou que lhes limitam a possibilidade