Estruturas organizacionais
Humberto Martins1
Apresentação
Este trabalho desenvolve uma metodologia de modelagem organizacional. O texto está dividido em 8 partes. A parte 1 apresenta a fundamentação conceitual da metodologia, apresentando determinantes da estrutura tratados nas principais abordagens da literatura gerencial e elaborando o conceito de arquitetura organizacional. Na seqüência, a parte 2 trata do delineamento da arquitetura organizacional a partir de elementos contingenciais clássicos. A parte 3 apresenta a concepção geral da metodologia de modelagem da estrutura, a partir da definição dos elementos essenciais originalmente propostos por Mintzberg (1979), quais sejam: cúpula, núcleo operacional, atividades de suporte (técnico e administrativo) e linha intermediária, tratados nas partes 4 a 7 respectivamente. Uma oitava parte tece considerações finais.
1. Determinantes da estrutura e arquitetura organizacional
A estrutura organizacional é “o conjunto recorrente de relacionamentos entre os membros da organização [....] o que inclui (sem se restringir a isto) os relacionamentos de autoridade e de subordinação como representados no organograma, os comportamentos requeridos pelos regulamentos da organização e os padrões adotados na tomada de decisão, como descentralização, padrões de comunicação e outros padrões de comportamento. [...] Não há definição de estrutura organizacional que circunscreva firmemente seu objeto a priori; mas cada [abordagem teórica] focaliza vários aspectos diferentes da estrutura organizacional, sem pretender que seu foco esgote as questões” (Donaldson, 1999: 105). Com efeito, distintos determinantes da estrutura organizacional (e, consequentemente, distintas concepções de modelagem organizacional) são tratados de forma diferenciada ao longo do pensamento gerencial. Há cinco principais enfoques a respeito. O primeiro é o enfoque clássico, segundo o qual a modelagem da estrutura deve obedecer a