Estratificação social
Fabíola Marotta Okiyama – 2004402142
Sendo referente de um velho e novo tema, estratificação social constituiria, segundo alguns, um conceito abrangente que incluiria quer a teoria de classes marxista, quer outras teorias não marxistas, nomeadamente a estrutural-funcionalista. Uma tal conceção ampla assume que os sistemas de estratificação têm sido uma constante em todas as sociedades, desde as caçadoras e as recoletoras, passando pelas sociedades de castas, despóticas e estamentais, até às modernas - industriais. Importa, porém, relevar que, enquanto, na maioria das sociedades não modernas, a estratificação era percebida como algo de inerente à ordem 'natural' das coisas, na época moderna, nomeadamente após a Revolução Francesa e outras contemporâneas, tal pressuposto 'naturalista' sofreu um sério abalo teórico, nomeadamente a partir do pensamento rousseauniano.
A designação de estratificação social, metaforicamente aplicada às Ciências Sociais, remete-nos para uma realidade estudada pela Geologia, que diz respeito à disposição de diversas camadas da Terra ordenadas em posições diferenciadas e verticais. É nesta ótica que, em termos sociológicos, diversos autores (Sorokin, Davis, Moore e Parsons) definiram estratificação social como a diferenciação de determinada população em estratos hierarquicamente sobrepostos, desde os inferiores aos superiores. Mas, desde o início, o uso do termo estratificação, nomeadamente por parte dos teóricos estrutural-funcionalistas, pressupõe critérios mais normativos que materiais de descrição e classificação dos grupos sociais nas sociedades designadamente contemporâneas, os quais se opõem diametralmente aos sustentados pela teoria marxista em torno das classes. Este dilema obriga-nos a equacionar duas grandes tradições sociológicas, em contraste, não só quanto ao número de classes, como sobretudo quanto à própria definição de estrato/classe: uma de inspiração estrutural-funcionalista, mais fortemente