estrategia
Uma arena para debate sobre alguns aspectos da estratégia.
Milton Genésio de Brito
Resumo: A proposta neste trabalho é o debate sobre alguns dos aspectos a serem ponderados na definição de uma estratégia de combate. A guerra moderna difere substancialmente da sua congênere na Antiguidade. Entretanto, ainda podemos considerar alguns de seus parâmetros como fatores fundamentais na elaboração de procedimentos que resultem em uma relação mais adequada entre recursos e objetivos. Tomamos como base para análise o caso da batalha das Termópilas travada no ano de 480 a.C. entre guerreiros do império Persa e de algumas das cidades-estado helênicas – combate apresentado tanto na narrativa herodotiana como nas rememorações midiáticas com acentuado teor de embate entre padrões culturais diferentes. A magnitude dos efetivos persas, tanto terrestres quanto navais, a disparidade numérica entre os contendores, a seqüência de eventualidades ocorridas foram alguns dos diversos fatores que transformaram uma previsível derrota tática das forças helênicas, que passaria despercebida no contexto da guerra em uma vitória estratégica rememorada de maneira recorrente.
Palavras-chave: Estratégia – Aspectos – Batalha das Termópilas.
A história enquanto forma de análise e de reflexão que se interessa não apenas pelo que os homens pensam, mas, sobretudo pelo que fazem, “nasceu” durante o período clássico da civilização grega, entre os séculos V e IV a.C. Estruturada nas narrativas de Heródoto, Tucídides e Xenofonte , e relacionada à temática da guerra que, na abordagem de Garlan (1991, p.12), era o único “assunto digno de memória” em um período no qual se ampliava e se diversificava a documentação escrita.
Analisar atualmente a história pelo aspecto bélico não significa enfocar os militares enquanto categoria social, apenas fazendo-lhes apologia. Muito menos remeter-se somente a uma seqüência de fatos manipulados por historiadores militares