Estereótipos dificultam aceitação da velhice
Segundo a pesquisadora do centro de Medicina do Idoso do Hospital Universitário da Universidade de Brasília (UnB), a psicóloga Vera Lúcia Coelho, professora aposentada, ela diz que aceitar o envelhecimento é ainda hoje para muitas pessoas a tarefa mais difícil ao longo da vida. A dificuldade se deve, em partes, a estereótipos fixados no imaginário coletivo com ajuda da mídia, que tende a apresentar o jovem como modelo de beleza e vigor. A velhice e o idoso são marcados por muitos preconceitos, estereótipos e mitos. Por um lado, passamos a considerar que, se a beleza é um atributo, associado ao jovem, o velho só pode ser feio. O idoso é visto como alguém incapaz de aprender coisas novas,que não tem desejo sexual pois associamos o idoso à doença. Por outro lado, às vezes o idoso é visto como uma pessoa boa e pura. Muitos idosos tendem a incorporar esses conceitos, passando a enxergar a si próprio como ultrapassado e sem desejo pela vida. Comportamento que se soma a outras situações que costumam acompanhar a velhice,como momentos de solidão e conflitos familiares. Felizmente há muitas pessoas que vêem o envelhecimento como algo digno e prazeroso. Garantem não trocar a velhice, quando afirmam ter, enfim, encontrado formas de se realizar, pela vida que tinham antes. Essa satisfação pessoal se relaciona com maior ou menor capacidade de cada um para reinventar a própria vida diante da aposentadoria, da saída dos filhos de casa ou da morte de parentes e amigos, atividades que ajudam a dar certo sentido à existência . “Encarar o envelhecimento é, de certa maneira, se deparar com a morte. E todos nós temos interiorizado o ideal da eternidade. Todos nos julgamos eternos , mas è preciso saber aceitar o envelhecimento como algo digno e que pode ser marcado por muito prazer. E para aceitar esse processo é preciso se despejar um pouco desse valor social