Estatuto Bom Bril
BLUMENAU, JUNHO DE 1999
INTRODUÇÃO
A Bombril chegava ao final dos anos 70 como líder indiscutível e absoluta no segmento do qual era praticamente sinônimo (detinha 95% de participação): não havia "palhas de aço", havia Bombril.
Na época, o garoto Bombril havia já feito sua estréia, só que em outros produtos da campanha, como Bril, Limpol, Sapólio Radium, etc.
Criado por Washington Olivetto, na DPZ, quatro aos antes, o personagem atingiria uma empatia não-usual entre marca e consumidor. Certamente, a mais antiga relação entre um único personagem e seu público-alvo (24 anos), na história da propaganda.
Em 1979, a conta da palha de aço sai da FCB/Tempo para a DPZ, e para os braços do ator Carlos Moreno, intérprete do desajeitado, delicado, humilde e antológico garoto Bombril.
Foi ele o responsável direto não só pela popularização da marca, como pela ampliação da imagem da campanha, que passou a ser definitivamente conhecida como fabricante de produtos de limpeza em geral, e não só palhas de aço.
Graças ao garoto e à sua competência industrial, a Bombril ostentava, na época, dois invejáveis recordes: o de maior consumo de esponjas de aço per capita do mundo (2,5 esponjas/mês) e 2/3 da produção internacional desse tipo de produto. Ainda em 99, dos 65 milhões de dólares que serão investidos na empresa, 40 milhões serão em marketing.
Nesse trabalho vamos apresentar toda a campanha publicitária e os fatores que a levaram ao sucesso. O que praticamente seria um comercial simples, se transformou no maior mito da publicidade brasileira até então. Poucos conseguem entender como, depois de 24 anos contando a mesma piada, Bombril ainda é um sucesso.
1. EMPRESA E SEUS PRODUTOS
A história começa em 1948, quando o empresário Roberto Sampaio Ferreira fundou a Abrasivos Bombril S.A., dedicada à produção de esponjas de lã de aço. A empresa foi pioneira no desenvolvimento de tecnologia própria e, outro fator decisivo para seu sucesso,