Publicidade e Arte
Professora: Ana Paula Zarur
Publicidade é arte?
A hipótese de que é possível à publicidade fazer arte nos leva a examinar a possibilidade da convivência de valores estéticos numa linguagem assumidamente comercial.
O semioticista Winfried Nöth reluta em aceitar essa tese. Segundo ele, a publicidade pode ser relacionada com a arte, e com muitas ressalvas, quando se apropria de alguns formatos artísticos, ou quando ela mesma pretende fazer arte.
Winfried Nöth
“A linguagem comercial usa as obras de arte visuais como um signo cuja função é oferecer um produto”
“A contigüidade entre o objeto estético e o produto resulta numa transferência de sentido.
O sentido transferido (...) leva consigo um valor, notadamente comercial. A linguagem poética não pode assumir tal função”
(Nöth 1987, 54)
Linguagem comercial Arte
clara e unívoca quando define sua proposição sentido complexo e semanticamente indeterminado “Em outras palavras, arte é mensagem aberta e a linguagem comercial possui semanticamente mensagens fechadas”
(Nöth, 1987,73)
Segundo o crítico de arte inglês,
John Berger, “A publicidade não é meramente um conjunto de imagens competindo umas com as outras; é uma linguagem ela própria, que sempre está sendo usada para fazer a mesma proposição geral (...) ela sempre faz uma única proposta”
(1999,131-132)
John Berger
as imagens publicitárias são claramente dirigidas a finalidades mercantis e não podem fazê-lo de maneira dissimulada sob pena de não atingirem seus objetivos
Imagem Publicitária
Finalidade Mercantil
Mas a obra de arte está isenta de intenções e de interesses persuasivos ?
Ela prescinde do convencimento e do interesse do público?
A arte visa proporcionar uma experiência estética.
A experiência estética, para Kant, é baseada na intuição ou no sentimento dos objetos que nos
satisfazem,