Estado e Revolução

Lênin no texto “Estado e Revolução” recorre muito aos escritos e teorias de Marx e Engels, e como bem expõe Florestan Fernandes, é produzido num contexto de revolução, na junção da teoria e da prática. De maneira que o conceito de Estado que ele formula vem banhado por citações que nos mostram que o Estado é advindo de um “antagonismo inconciliável das classes” que é colocado como distante da sociedade e acima dela para que se torne inalcançável. Ele usa de mecanismos de poder, como o exército, a polícia, e elas servem para reprimir a classe subordinada. Reforçando a dominação de classe, embora a burguesia tente esconder esse caráter de dominação. Há um outro ponto problemático no Estado que é a superioridade implicada em seus funcionários, colocando-os um manto para que não sejam violados. Além de que “o Estado representativo moderno é um instrumento de exploração do trabalho assalariado pelo capital”.
É importante lembrar que o Estado é sempre da classe mais poderosa. E esse é um ponto de partida importante para a distinção do marxismo para o anarquismo.
O marxismo acredita num processo gradual, de tomada do poder estatal, havendo assim um período de ditadura do proletariado (socialismo) e após isso, o comunismo. Então, o proletariado será detentor do aparelho estatal durante um período, e será uma ditadura pois Marx, Engels, Lênin, crêem que o Estado por si só já é a implicação de uma ditadura. Já para o anarquismo, não deve haver esse período de transição, mas sim a derrubada do Estado.
Em uma de suas referências a Marx e Engels, Lênin expõe que para o marxismo o Estado burguês é aniquilado e depois o Estado proletário morre e para o anarquismo ele é abolido desde o princípio. Quando Engels escreveu sobre a morte do Estado foi uma crítica tanto aos oportunistas quanto aos anarquistas. Pois para ele o proletariado precisa do Estado por um certo tempo, e a idéia de derrubá-lo bruscamente não tem capacidade revolucionária, negando-se a ver a revolução no seu