Estado Da Arte
Carina Daniel, nº53340
ESTADO DA ARTE LISBOA, 2014/2015 Introdução O presente trabalho, realizado no âmbito da unidade curricular de Métodos e Instrumentos de Trabalho Científico, tem como objetivo explorar alguma literatura cinematográfica acerca da temática “Raccord/Falso Raccord” no cinema. Assim sendo, pretende-se analisar dois tipos de filmes, de modo a salientar a existência destes modos de montagem. Deste modo, é relevante começar por definir alguns conceitos relacionados com o tema a tratar. Começando pelo cinema, este nasce através dos irmãos Lumière, em 1895, em França (Martin, 2005). A montagem narrativa vem mais tarde, em 1902, pelas mãos de Edwin S. Porter, no filme “Life of na American Fireman” e, em 1903, com o filme “The Great Train Robbery”. Esta consiste na seleção do material em bruto, que será aproveitado no filme; no agrupamento dos planos, onde se obtém a continuidade; na junção exata de cada plano e o comprimento que se deve dar a cada um destes e os raccords entre esses planos (Canelas). São normalmente descritos como “falsos raccords” as transições que têm ligações erradas dos planos, assim sendo, as transições que têm como objetivo assegurar a fluidez da narrativa e evitar estas ligações erradas determinam-se como “raccords” (Martin, 2005). Em 2003, no “Dicionário Teórico e Crítico de Cinema”, Aumont descreve que “O falso-raccord é, entretanto, um raccord, pelo facto de ele assegurar uma continuidade mínima da narrativa: ele não impede a compreensão correta da história contada, e só é “falso” na visão de uma “veracidade” convencional, a de uma certa continuidade do visível.” A comprovar a teoria de Aumont, dá-se os exemplos dos filmes “À Bout de Souffle” e “Blow-Up”. O primeiro é considerado um filme emblemático da “Nouvelle Vague” francesa, sendo a primeira longa-metragem de Jean-Luc Godard, que recorre constantemente