Espetaculo das raças Resenha
Em o Espetáculo das raças Lilia Schwarcz tem como objetivo entender a relevância e as transformações da teoria racial no Brasil entre os anos de 1870 e 1930. A autora enfatiza tanto a dinâmica de reconstrução de conceitos e modelos, como os contextos em que essas teorias se inserem no Brasil. Dessa forma, o que importa para Schwarcz é a compreensão de “como o argumento racial foi política e historicamente construído, assim como o conceito “raça” que além de sua definição biológica acabou recebendo uma interpretação, sobretudo social.” (p. 17)
Para Schwarcz, entender as vigências e absorção das teorias raciais no país se faz necessário para refletirmos sobre a originalidade do pensamento racial brasileiro no esforço de adaptação “ao modelo de sucesso Europeu” dos oitocentos, no que diz respeito ao ideal civilizatório. Apesar de chegar tarde ao Brasil, as teorias raciais são acolhidas com entusiasmo pela reduzida elite pensante nacional dos diversos estabelecimentos de ensino e pesquisa da época.
Os denominados “homens de ciência” foram incumbidos da missão de refletir sobre a nação Brasileira, seu futuro e seus impasses, definidos como intelectuais que lutavam “pelo progresso scientífico do país” (p. 37). Eram eles: Manoel de Oliveira Lima, do IAGP, Francisco José de Oliveira Viana, do IHGN, Tobias Barreto, da Faculdade de Direitos de Recife, Silvio Romero, da Faculdade de Direito de Recife, João Bapistista Lacerda, do Museu Nacional, Raimundo Nina Rodrigues, da Faculdade de Medicina da Bahia, Euclides da Cunha, do IHGB, Edgard Roquete Pinto, do Museu Nacional, Herman Von lhering, do Museu Paulista, Oswaldo Cruz, da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, Miguel Pereira, da Academia de Medicina do Brasil, A. A. de Azevedo Sodré, da Faculdade de Medicina do Rio do Janeiro.
As teorias raciais europeias como o evolucionismo, o