V nus Negra

Resenha do Filme Vênus Negra

O Filme “Vênus Negra” retrata uma situação cultural, cientifica e social no século XIX, numa sociedade em que a superioridade de raça era amparada, inclusive cientificamente.
Trata se de um caso real, que ocorreu entre 1810 e 1815, onde Saartjie Baatman exemplifica como a sociedade da época relacionava se com a ideia de uma mulher negra, e com “especificidades” de uma variação de raças, que possibilitava ter particularidades físicas mais desenvolvidas.
Logo no inicio do filme, vemos uma apresentação dos “órgãos sexuais” de Saartjie, onde é comparada a orangotangos, ou seja, partilhava de características típicas dos “níveis” de evolução como pertencente a raças inferiores. A trama discorre com Saartjie apresentada como animal em espetáculos, suas formas físicas são exaltadas como propensa a estímulos sexuais, que a colocavam num papel de objeto, desconsiderando a como sujeito humano, social e culturalmente construído. Segundo as teorias Darwinistas, havia raças superiores e inferiores, teorias estas utilizadas para respaldar ações de Eugenia, Racismo e Imperialismo.
Nesta obra podemos perceber diversas ações que ocorrem ainda hoje no século XXI. Atualmente na Ciência temos uma forma de “Eugenia Positiva”, “teorias” científicas que visam melhoramento genético, modos de desenvolver habilidades que torne os sujeitos mais saudáveis, mais inteligentes, mais produtivos, etc., ou seja, busca maneiras de desenvolver ao máximo a capacidade humana. Esta “busca” pelo sujeito perfeito é bastante visível na reprodução humana, tanto para detectar características genéticas como diagnósticos prévios (intrauterino) do embrião. Também são conhecidos métodos que possibilitam inibir o nascimento de indivíduos com defeitos físicos ou enfermidades, através do aborto.
Ainda que a ciência tenha evoluído muito ao longo do tempo, Saartjie teve seu corpo dissecado e exposto no Museu do Homem em Paris, até o ano de 2002, quando o então presidente sul-africano