Especialista
INTRODUÇÃO
Segundo LORENZI (1992) o estudo das causas envolvidas na etiologia das doenças malignas é de interesse não apenas dos epidemiologistas como da Medicina em geral.
A procura da relação entre causa e efeito no câncer assim como nas hemopatias malignas, representadas pelas leucemias e pelos linfomas, constitui objeto de várias linhas de pesquisa em centros que se dedicam ao assunto através de métodos epidemiológicos de observação ou à experimentação com animais de laboratório.
È de observação antiga a maior incidência de leucemia e de certos tipos de câncer entre médicos radiologistas ou técnicos que manipulavam aparelhos de raios X, em relação à população geral.
Além desses profissionais, também certos pacientes que recebiam doses pequenas mais repetidas de raios X como forma de tratamento de uma artrite crônica (exemplo: espondilite anquilosante) vinham a apresentar depois de alguns anos, sintomas de leucemia aguda ou crônica de tipo mielóide, como conseqüência da terapêutica recebida.
A correlação entre a exposição às radiações e a leucemogênese ficou constatada de modo evidente após as explosões atômicas de Hiroshima e Nagasaki no Japão, em 1945. Observou-se que a incidência de leucemia naquele país começou a aumentar entre os sobreviventes que se encontravam próximos ao epicentro do fenômeno, por ocasião da explosão, após dois anos. Atingiu um pico por volta do sexto ao oitavo ano e voltou à linha basal, anterior á detonação da bomba somente após terem decorrido 20 anos.
Outros acidentes com exposição acidental do homem a doses elevadas de radiação tiveram lugar a partir do uso da energia nuclear na vida moderna, tendo ensejado a observação, por parte de varias equipes de especialistas, do efeito leucemogênico das mesmas.
Outro fato também de observação antiga relacionava a incidência da leucemia mielóide aguda em trabalhadores das indústrias de borracha ou de couro que ficavam expostos