especialista
O filme se passa no ano de 1757, quando franceses e ingleses lutavam pela posse das terras em solo americano, contando, para isso, com a aliança de nações indígenas. Nathaniel Hawkeye é um homem branco, cuja família foi assassinada quando ele era ainda bem pequeno, sendo então adotado pelo índio moicano Chingachgook. Junto a eles vive ainda Uncas, filho biológico de Chingachgook. Seguindo o rastro de um grupo de guerreiros índios, os três acabam por salvar a vida de Cora e Alice, filhas do oficial inglês Munro, além do oficial Duncan, suposto pretendente de Cora. A atração mutua entre Cora e Nathaniel serve de pano de fundo para o confronto sangrento que se desenrola. Em meio a isso tudo há Magua, um índio Huron, aliado dos franceses, mas que na verdade, luta tão somente por seus desejo de vingança contra o coronel Munro, ao qual chama de Cabelos Cinzentos.
É possível discutir o mito do bom selvagem, atentando para não cair em nenhum dos extremos maniqueístas: nem ver o índio como plenamente ingênuo, puro e inocente, nem como o selvagem completamente feroz e desumano. Vemos índios que não se envolvem no conflito e tentam levar a sua vida adiante, apesar de todas as mudanças causadas pela entrada do branco em seus territórios. Vemos discordâncias dentro das próprias nações indígenas. Vemos Magua e os índios que se aliam aos franceses. Vemos índios aliados aos ingleses, lutando uma batalha que nem mesmo é sua.
Vemos a inserção da cultura branca na vida indígena, na troca de peles por ouro, prata e bebidas. Vislumbramos o extermínio dos índios pelos colonizadores através da figura de Chingachgook. Podemos pensar na mudança da relação homem-natureza a partir da homenagem prestada ao cervo morto. Observamos os colonos usados sempre como massa de manobra, primeiro para ocupar terras e impedir o estabelecimento de outros e depois como braços descartáveis para a luta armada, a despeito de serem totalmente despreparados e deixarem para trás