Espaço e lugar
1 - INTRODUÇÃO Espaço e lugar são termos familiares que indicam experiências comuns. O lugar é segurança e o espaço é liberdade: estamos ligados ao primeiro e desejamos o outro. O lugar pode ser desde a velha casa, o velho bairro, a velha cidade ou a pátria. Animais não humanos também tem um sentido de território e lugar. Os espaços são demarcados e defendidos contra invasores. Os lugares são centros aos quais atribuímos valor e onde são satisfeitas as necessidades biológicas de comida, água, descanso e procriação. Os dotes humanos incluem órgãos sensoriais semelhantes aos de outros primatas, mas são coroados por uma capacidade excepcionalmente refinada para a criação de símbolos. Saber como o ser humano, que está ao mesmo tempo no plano do animal, da fantasia e do cálculo, experiencia e entende o mundo é o tema central deste estudo. Nele reconhecemos nossa herança animal, bem como a importância desempenhada pela cultura, sabemos que a sensação de espaço e lugar dos americanos é bem diferente da dos esquimós, mas buscamos os traços comuns. Enfocamos questões gerais das aptidões humanas, capacidade e necessidades, e como a cultura as acentua ou as distorce. Nele três temas se entrelaçam: a- fatos biológicos: os estágios de aprendizagem das noções de espaço e lugar da criança ao adulto b- as relações de espaço e lugar: o significado de ‘espaço’ é mais abstrato do que ‘lugar’. O que começa como espaço indiferenciado transforma-se em lugar à medida que o conhecemos melhor e o dotamos de valor. Os arquitetos falam sobre as qualidades espaciais do lugar; podem igualmente falar das qualidades locacionais do espaço. As ideias de ‘espaço’ e ‘lugar’ não podem ser definidas uma sem a outra. A partir da segurança e estabilidade do lugar estamos cientes da amplidão, da liberdade e da ameaça do espaço e vice-versa. Além disso, se pensamos o espaço como algo que permite movimento, então lugar é pausa; cada pausa no movimento torna possível que