escolares
Universidade Estadual de Campinas 2 a 8 de agosto de 2004
Artigo
Educação nutricional: por que e para quê?
MARIA CRISTINA FABER BOOG
N
os últimos tempos, expressões como qualidade de vida e alimentação saudável vêm atraindo a atenção de pessoas de diferentes idades, classes sociais e graus de instrução. De igual modo, desperta interesse a possibilidade de se desenvolver estilos de vida saudáveis, para o que ocupa posto privilegiado a alimentação e a educação nutricional. Mas afinal, o que é Educação Nutricional?
A educação é inerente à vida. O ser humano aprende e se desenvolve ao longo de sua existência no esforço por responder aos desafios cotidianos. A educação acontece nesse cotidiano social e também por intermédio de ações de instrução e ensino planejadas por pessoas capacitadas para tal. Assim, como não se faz educação musical, artística ou moral em cursinhos de cinco dias, não há nenhuma fórmula mágica para conseguir que as pessoas passem a comer melhor de um dia para outro. Isto não justifica, porém, desconsiderar essa importante ação em prol da promoção da saúde.
A educação nutricional, enquanto especialidade de interesse acadêmico, remonta à década de 1940, quando, no período pós-guerra, aventava-se a possibilidade de, perante a súbita escassez de recursos, melhorar a qualidade da alimentação de populações pauperizadas, por intermédio de modificações na alimentação que permitiriam obter a melhor relação custo/benefício mediante o emprego de alimentos mais baratos e nutritivos. Nesta época, a antropóloga Margareth Mead foi secretária executiva do Comitê sobre
Hábitos Alimentares do Conselho Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos, que reunia nutrólogos, antropólogos, psicólogos e educadores com o objetivo de agregar conhecimentos, buscando estratégias mais eficazes para melhorar a alimentação.
No Brasil, foi criada, no início da década de 40, a função da Visitadora de Alimentação, uma profissional de saúde