Escola e diversidade cultural

Escola e diversidade cultural

Antes de iniciarmos qualquer comentário sobre a relação de cumplicidade construtiva que devemos estabelecer entre a instituição concreta denominada escola e a instituição abstrata denominada diversidade cultural, torna-se importante mencionarmos aqui algumas peculiaridades, desse contrastante País que vivemos, para que possamos entender até onde os profissionais que labutam na área educacional podem avançar na busca pela convivência pacífica, respeitosa e produtiva na seara da diversidade cultural.

O Brasil apresenta, sem sombra de dúvida, o maior projeto de miscigenação étnica, cultural, racial e religiosa de toda a história da humanidade. Trata-se de um sincretismo agigantado por confluências sócio-políticas que propiciaram um processo de exploração civilizatória que foi muito além dos nossos índios. Incluiu num primeiro momento os europeus (portugueses, espanhóis e holandeses), posteriormente assistimos a chegada dos negros africanos no período escravocrata. Com o fim da escravidão assistimos a chegada dos italianos, russos, poloneses, alemães e japoneses assombrados por guerras e devastações, além dos hábeis comerciantes árabes que aqui chegaram com a magia do comércio.

O incrível é que, como resultado desse insólito “cruzamento”, herdamos um povo “preto”, “branco”, “vermelho”, “amarelo”, “marron”, “ruivo”, mas ao mesmo tempo, um povo único, que comemora num só abraço, o gol da seleção canarinho. O Brasil é um povo mágico, que gosta, ao mesmo tempo, de samba, rock, sertanejo, pop, clássico, pagode, xote, vanerão, forró, bossa nova e porque não dizer funk. Um País de dimensões continentais equivalente a 92 territórios da nossa Pátria mãe Portugal, mas que fala o mesmo idioma. Um País onde o habitante gaúcho sabe o que significa a interjeição “óh xente” falada pelo nordestino, enquanto que este reconhece perfeitamente o significado do “tchê” pronunciado aos